Vómitos e diarreias em cães

Causas mais frequentes da gastroenterite

A gastroenterite é causada por uma inflamação do estômago e intestino delgado que produz vómitos e diarreia nos cães, assim como dor abdominal. Os transtornos gastrointestinais agudos são uma das principais causas das visitas ao veterinário, mais frequentes nos meses de verão. Durante as férias, surgem as mudanças de horários, novas refeições, o calor e os passeios longos ao ar livre, durante os quais os cães tendem a ingerir mais ervas e plantas do que o normal. Isto costuma ter como consequência o surgimento de dor abdominal, gases, vómitos e um aumento da frequência de defecação.

As diferentes causas da gastroenterite em cães incluem:

• Intoxicação por alimentos em mau estado, água contaminada ou plantas tóxicas;
• Infeção intestinal por protozoários, vírus ou bactérias nocivas, nomeadamente por contágio por outro cão;
• Comer compulsivamente;
• Intolerância à lactose;
• Certos medicamentos;
• Reação após um tratamento com antibióticos;
• Stress severo ou prolongado no tempo;
• Doença subjacente.

Uso de probióticos: redução do tempo de convalescença

Para demonstrar que o uso de probióticos pode reduzir o tempo de convalescença das diarreias agudas autolimitadas nos cães foi feito um estudo de casos-controlo em que se administrava um coquetel probiótico composto por Lactobacillus acidophilus termo-estabilizado e estirpes vivas de Pediococcus acidilactici, Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis e Lactobacillus farciminis.  

O tempo decorrido desde o início do tratamento até às últimas fezes anormais foi significativamente menor no grupo de cães com probióticos em comparação com o grupo placebo, com um tempo médio de 1,3 dias e 2,2 dias, respetivamente. Os dois grupos foram quase idênticos no que diz respeito ao tempo decorrido desde o início do tratamento até ao último episódio de vómitos.  

Como melhorar a saúde intestinal

A nutrição desempenha um papel crucial quando surgem problemas digestivos. Em episódios de vómito e diarreia, recomenda-se a privação temporária de alimentos ao cão durante 24-36 horas, dependendo da idade do animal (nos cachorros, num máximo de 12 horas) e da gravidade dos seus sintomas. Após o período de jejum, pode-se começar a introduzir a comida lentamente, com porções pequenas divididas em 3-4 refeições por dia, por forma a minimizar a carga osmótica sobre o intestino. Deve-se administrar uma dieta baixa em gorduras e de fácil digestão, como a Advance Gastroenteric Low Fat.

A dieta Advance GASTROENTERIC LOW FAT baseia-se em três princípios: proteção intestinal, controlo sintomático da diarreia e melhor assimilação no intestino. Mais especificamente, tem como benefícios:

• Proteínas plasmáticas bioativas: modulam o sistema imunitário intestinal e ajudam a manter a integridade da mucosa, com uma melhoria da digestão e da absorção de nutrientes.
• Alto nível de glutamina: este aminoácido é considerado a principal fonte de energia para os enterócitos e melhora a função da mucosa intestinal em situações de stress metabólico, lesões da parede celular e durante os episódios de diarreia.
• Ácidos gordos de cadeia média (MCT): melhoram a digestibilidade e absorção da gordura, sendo rapidamente disponibilizada para uso.
• Argila e alto conteúdo em arroz: a ação absorvente da argila e a alta digestibilidade do arroz contribuem para gerar um menor volume de fezes.
• Proteínas hidrolisadas: facilitam a absorção dos aminoácidos essenciais e também o processo global de digestão.
• Fonte de ácidos gordos Ω-3 de cadeia longa: proporcionam efeito anti-inflamatório intestinal.
• Prebióticos (fruto-oligossacarídeos): estimulam o crescimento de bactérias benéficas no intestino.

Os componentes  da dieta Advance GASTROENTERIC LOW FAT são arroz, milho, farinha de glúten de milho, proteínas desidratadas, óleo de coco, gordura animal, proteínas animais hidrolisadas, proteína hidrolisada de soja, proteínas plasmáticas, carbonato de cálcio, fosfato monocálcico, levedura, cloreto de potássio, óleo de peixe, fruto-oligossacarídeos, fibra vegetal e sepiolite. As indicações desta dieta incluem:

• Alterações gastrointestinais: enterite, gastrite, diarreia, doença inflamatória intestinal, má digestão/má absorção, linfangiectasia intestinal;
• Doenças do pâncreas: pancreatite, insuficiência pancreática exócrina;
• Hiperlipemia;
• Doença hepática não associada à encefalopatia.

A dieta na prevenção de problemas intestinais nos cachorros

Os cachorros são mais propensos a sofrer de problemas intestinais entre as sete semanas e os três meses de idade. Num estudo longitudinal sobre vómitos e diarreias, observou-se que a sua incidência é mais provável durante os primeiros meses de vida e é condicionada pela raça , o sexo e o habitat do animal.

A escolha correta da dieta do cão é crucial para lhe fornecer nutrientes que ajudem a reforçar a imunidade durante o seu crescimento, protegendo-o de infeções externas.

A fase que decorre desde o nascimento até à idade adulta constitui a etapa mais delicada, dado que o sistema imunitário e o aparelho digestivo do cão ainda se encontram em período de desenvolvimento. Entre a sexta e a oitava semanas de vida, os anticorpos maternos começam a diminuir progressivamente, deixando os animais indefesos.

O desenvolvimento do sistema imunitário do cachorro coincide com a mudança de dieta, quando se introduzem os alimentos sólidos. Por isso, algumas dietas incluem ingredientes específicos, chamados “imunonutrientes”, como por exemplo:

• Nucleótidos: contribuem para uma maior produção de anticorpos, ajudando a melhorar a resposta imunitária face às vacinas e agentes externos;
• Prebióticos: promovem o crescimento de microrganismos saudáveis no intestino (lactobacilos e bifidobactérias);
• Imunoglobulinas plasmáticas: reforçam a imunidade da mucosa intestinal e aumentam o nível de anticorpos no sangue dos cachorros.

Foi comprovado que os cães alimentados com estes nutrientes apresentam maior capacidade para lutar contra doenças e mostram um desenvolvimento otimizado.