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    Como realizar um bom diagnostico diferencial das diarreias caninas?

    A dieta é, em muitos casos, um bom aliado no diagnostico diferencial. Em muitos cães, as diarreias e vómitos persistem durante muito tempo

    As gastroenterites crónicas caninas são uma grande preocupação para o dono e o motivo mais frequente das consultas na clínica veterinária. No entanto, nem sempre é fácil determinar a causa da diarreia e a realização de um diagnostico diferencial pode ser um processo longo e dispendioso. Em muitos cães, as diarreias e vómitos persistem durante muito tempo e o seu tratamento torna-se desanimador para o paciente, para o dono e para o veterinário, já que muitas das vezes é difícil encontrar a etiologia de base.  

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    Problemas iniciais do diagnóstico: dúvidas e receios do dono

    Quando, depois de um tratamento convencional de 2-4 semanas, a diarreia aguda é excluída do diagnóstico, uma boa opção será a de investir tempo e dinheiro de modo a conseguir um diagnóstico específico que nos guie na gestão. Ainda assim, a procura do diagnóstico deverá ser acordada previamente com o dono, tendo em conta as características de cada pessoa, bem como a natureza e a doença do animal. É conveniente explicar com clareza ao nosso cliente quais as opções disponíveis, os procedimentos realizados em cada caso, avaliar os mecanismos de diagnóstico disponíveis e fazer uma estimativa do custo total (1). O dono deverá compreender que o quadro clínico será solucionado com maior sucesso se o diagnóstico for mais preciso, o que requer paciência. Também deverá ser clarificado que o diagnóstico e o tratamento irão provavelmente implicar uma mudança de hábitos na alimentação do cão.  

    Que critérios deverei usar para o diagnóstico diferencial em cada caso? - Algoritmos -

    Utilizaremos como base a aplicação lógica dos testes para o diagnóstico da doença, tendo presente a fisiopatologia da diarreia. Os sintomas da maioria das doenças gastrointestinais são muito semelhantes e indefinidos: perda de peso e de apetite, diarreia, vómitos, dor abdominal, etc., o que dificulta ainda mais a tarefa de determinar o tipo de patologia concreto em cada caso. Por isso, utilizam-se algoritmos de diagnóstico diferencial para a diarreia, de modo a facilitar a identificação de alterações concretas, para avaliar a gravidade, excluir patologias e ajudar na realização de um plano de diagnóstico e na administração de um tratamento adequado a cada caso. A seguinte imagem mostra um esquema de diagnóstico diferencial das diarreias crónicas, de forma detalhada.

    Diagnóstico passo a passo

    • Historial Clínico

    Uma boa anamnese e um exame clínico completo devem incluir, no mínimo, o tipo de alimento e o seu consumo, o contacto com outros cães afetados, uma apalpação abdominal e um exame retal.

    • Testes gerais

    Como é possível observar no algoritmo anexo, os testes gerais, como a análise do sangue, da urina e as ecografias, são úteis para excluir causas específicas.

    • Tratamentos farmacológicos e dietéticos no diagnóstico

    Em função da resposta ao tratamento, podemos estabelecer 4 tipos de gastroenterite crónica: sensibilidade alimentar (reagem à dieta), diarreia que reage a antibióticos (ARD), diarreia que reage a corticoides e doença intestinal inflamatória idiopática (IBD, reagem apenas a imunossupressores).

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    Biópsias: sim ou não?

    A extração de biópsias da mucosa do duodeno e do estômago por meio de endoscopia com anestesia geral e a sua posterior análise histológica são os métodos tradicionais para encaminhar o diagnóstico. No entanto, em vez de um diagnóstico específico, é costume fazer-se uma descrição das mudanças histopatológicas, o que, porém, não altera o tratamento, já que as opções continuam a ser semelhantes. Os agentes terapêuticos utilizados para tratar as enteropatias crónicas podem ter efeitos secundários inaceitáveis, ser exageradamente caros, tornarem-se ineficazes e até, em muitos casos, serem desnecessários.

    Uma opção excelente: tratamento dietético para as diarreias

    A dieta é, em muitos casos, um bom aliado no diagnóstico diferencial das diarreias, sendo também um tratamento muito eficaz, económico e seguro para o paciente. Além disso, as fórmulas de dietas hipoalergénicas e de dietas para tratamentos gastrointestinais que estão a ser desenvolvidas atualmente têm uma palatabilidade excelente e o cão consome-as com normalidade, facilitando, por sua vez, a recuperação do peso. Vários estudos determinam que entre 70 a 90% dos casos de enteropatias crónicas são causadas por Sensibilidade Alimentar (2). Este facto abre as portas a um tratamento dietético, o que permitirá uma maior celeridade no diagnóstico feito pelo veterinário e menos procedimentos invasivos para o cão. AFF - TOFU - Guía GI Parte2 - POST

    http://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v8n2/11307064v8n2p61.pdf
    Tese Bristol. Andrea Lynch