Vacina heptavalente: como e quando administrar?
Como atua a vacina heptavalente?
Existem diferentes tipos de vacinas, de acordo com o processo de elaboração. A vacina heptavalente é uma vacina viva atenuada, o que significa que é composta por microrganismos vivos que foram propositadamente debilitados para gerar uma resposta do sistema imunitário.
Estas vacinas proporcionam uma maior proteção do que aquelas elaboradas com toxinas ou segmentos mortos e, dado que os microrganismos foram debilitados, são incapazes de se reproduzir e de afetar a saúde do cão. Ainda que estes microrganismos sejam inofensivos (no seu estado enfraquecido), geram uma memória imunológica, de forma a que se os vírus penetrarem no organismo noutro momento, as defesas do cão irão reconhecê-los e combatê-los.
A vacina heptavalente contém:
- Parvovírus Canino, estirpe C-780916.
- Vírus da Cinomose Canina, estirpe Lederle.
- Adenovírus Canino, tipo 2, estirpe Manhattan.
- Vírus Parainfluenza Canino, estirpe Penn 103/70.
- Leptospira interrogans serovar icterohaemorrhagiae e canicola.
Protege o cão das seguintes doenças:
- Parvovirose canina uma doença frequente em cães que pode chegar a ser mortal, sobretudo nos cachorros com idades inferiores a 3 meses. É causada por um vírus que afeta o sistema digestivo causando diarreia, febre, falta de apetite e desidratação.
- Cinomose canina, uma doença viral que afeta quer as vias respiratórias, quer o sistema digestivo e nervoso do animal, com consequências potencialmente mortais, principalmente nos cachorros menores de 5 meses que não tenham sido vacinados.
- Hepatite infecciosa canina, provocada pelo CAV de tipo 1 e 2, causando inflamação e necrose do centro lobular do fígado, uma afetação que pode chegar a ser mortal, sobretudo nos cães menores de um ano.
- Laringotraqueíte infecciosa canina, originada geralmente pelo adenovírus canino de tipo 2, é altamente contagiosa. O vírus coloniza rapidamente as vias respiratórias superiores até ao epitélio dos brônquios, e pode causar pneumonia.
- Traqueobronquite canina conhecida como tosse dos canis, é causada por diferentes microrganismos e é muito contagiosa. Após infetarem o tecido respiratório, originam lesões inflamatórias a nível dos bronquíolos, que por sua vez podem ser super-infetados por outras bactérias.
- Leptospirose canina, uma doença de origem bacteriana que pode conduzir à morte do animal. Apresenta vários serovares, os mais comuns são a icterohaemorrhagiae e canicola, que representam precisamente duas estirpes contra as quais a vacina heptavalente protege, e que podem afetar o rim e o fígado ou, até, contagiar seres humanos.
Quando se administra a vacina heptavalente?
A Maxivac Hepta administra-se por via subcutânea, numa dose de 1 ml. A primeira dose da vacina heptavalente administra-se às oito semanase a segunda às doze semanas. A revacinação aplica-se uma vez por ano.
Ainda assim, a vacina heptavalente não se pode aplicar às fêmeas gestantes nem aos cães com parasitas intestinais. Também não se deverá administrar se o cão estiver a incubar alguma doença infeto-contagiosa ou se passa por um período de stress, já que nesses casos o seu sistema imunitário estará comprometido e o risco de desenvolver efeitos secundários será maior.
Efeitos secundários da vacina heptavalente
A vacina heptavalente, tal como todas as vacinas, pode provocar alguns efeitos secundários. O mais comum será que o animal sofra dor muscular leve ou apresente febre. Alguns animais podem perder o apetite ou dormir mais do que o habitual mas o usual é que estes sintomas desapareçam ao fim de dois dias.
Com a vacina heptavalente registaram-se reações isoladas de hipersensibilidade que podem progredir com urticária, lesões cutâneas e angioedema. Nestes casos, deverá ser aplicado um tratamento sintomático. Ainda assim, dado que se trata de uma vacina viva atenuada, existe sempre o risco de que os microrganismos sofram mutação e adotem um caráter virulento, mas estes casos são raramente descritos na literatura científica.