Rotura de ligamentos no joelho: guia rápido e conselhos
São detectadas por bobinas através de circuitos eletrónicos e transmitidas de forma digital para um computador central, fornecendo informação e imagens detalhadas de elevadíssima qualidade dos órgãos, tecidos brandos, ossos e praticamente qualquer estrutura interna do corpo, sem utilizar radiações ionizantes (Raios X).
As imagens por RMN são importantes na detecção e abordagem da rotura de ligamentos no joelho, e fornecem uma informação anatómica similar àquela obtida com o TAC; adicionalmente, permite obter imagens a partir de qualquer perspectiva por cortes axiais, sagitais, coronais e oblíquos.
Esta técnica constitui uma excelente solução para diagnosticar patologias mais complexas por outros meios, ou que implicam um risco mais elevado para o animal. Ajuda a localizar problemas osteo-articulares e musculares por trauma ou doença degenerativa.
SITUAÇÕES CLÍNICAS NAS QUAIS SE INDICA A UTILIZAÇÃO DA RMN
- Dor, debilidade, inflamação ou hemorragia nos tecidos da articulação
- Planificação cirúrgica de massas ósseas
- Avaliação de ligamentos, tendões, cartilagens, meniscos e ossos danificados
- Fraturas ósseas não detectadas por Raio X
- Desordens degenerativas das articulações (como artrite)
- Complicações com aparelhos cirúrgicos previamente implantados
Neste artigo, iremos centrar-nos na articulação do joelho nos cães.
Articulação do joelho
É uma articulação sinovial composta, integrada pela articulação femorotibial (completam-na os côndilos femorais e articulam-se com as planuras tibiais) e a articulação patelofemoral (constituída pela tróclea do fémur e pela rótula). Estas articulações são interdependentes; a rótula encontra-se firmemente unida à tíbia por meio de estruturas ligamentosas, pelo que qualquer movimento entre a tíbia e o fémur também se irá produzir entre a rótula e o fémur.
Entre o fémur e a tíbia encontram-se duas fibrocartilagens: os meniscos. Existe um menisco denominado lateral, situado entre o côndilo lateral do fémur e a planura tibial lateral; e um menisco medial situado entre o côndilo femoral medial e a planura tibial média.
Esta articulação é mais propensa a lesões porque este conjunto não possui uma fixação nos ossos dentro da articulação. A estabilidade provém exclusivamente do tecido brando situado na articulação do joelho.
As duas patologias do joelho canino mais frequentes são principalmente de etiologia traumática: rotura de ligamentos cruzados (mais comum em cães de raças de grande porte com excesso de peso) e luxação da rótula (mais habitual em cães de pequeno porte).
Pode dar uma vista de olhos ao caso do Dr. David Herrera Etio-patogénese da rotura do ligamento cruzado anterior canino
Técnica e aplicação da RMN na exploração do joelho
- O cão estará sob efeito de anestesia geral para evitar movimentos.
- Coloca-se o animal em decúbito dorsal ou esternal. As extremidades posteriores estendidas e a articulação do joelho formando um ângulo de cerca de 20 graus. Quando o cão é de grande porte, poderá ser posicionado em decúbito lateral e os joelhos fletidos em cerca de 90 graus.
- Poderá estabilizar-se o animal com recurso a fita adesiva, evitando assim possíveis deslocações ou rotações do corpo.
- Os sinais constantes do animal são monitorizados de forma constante por um capnógrafo, electrocardiógrafo e um monitor de frequência cardíaca.
- Procede-se à exploração do joelho, escolhendo os planos indicados em função da patologia.
- É possível obter imagens com mais qualidade, utilizando meios de contraste paramagnéticos dentro da articulação.
Precauções
O exame é contra-indicado em alguns casos: se o cão sofrer de certas patologias (como epilepsia) ou se o seu estado de saúde for crítico.
Deveremos ter especial precaução com a presença de objetos metálicos no corpo do animal, já que estes poderiam impedir o estudo ou delimitar as zonas a explorar. Alguns exemplos desses objetos metálicos são: agrafos/suturas cirúrgicas, válvulas, próteses, cartuchos de bala ou estilhaços, etc.