Oncologia veterinária. Análise dos tumores em cães com menos de 1 ano.
Num estudo realizado post mortem a cães com menos de 6 meses de idade, identificaram-se os tumores do sistema hematopoiético, dermatológicos e cerebrais como os mais frequentes1.
Com o objetivo de identificar os tumores mais prevalentes em cães com menos de 1 ano, realizou-se um estudo retrospetivo em que se recolheram e classificaram os diagnósticos histopatológicos de neoplasia armazenados na base de dados de um laboratório comercial veterinário do Reino Unido. A pesquisa foi limitada quanto ao tempo (de 1 de setembro de 1993 a 31 de março de 2008) e à idade do cão (< 1 ano), e incluíram-se as neoplasias que foram classificadas em termos histopatológicos identificáveis no "International Histological Classifications of Tumours of Domestic Animals (1974, 1976)", redigido pela OMS. Recolheram-se um total de 20.280 registos.
Destes, 47% (9.522) dos cães apresentaram um diagnóstico de neoplasia válido para o estudo. O histiocitoma foi identificado em 89% (n = 8.465) dos casos. A restante percentagem de 11% (n = 1.057) de neoplasias foi divida em: epiteliais benignas (4%, n = 375), hematopoiéticas (2%, n = 145) , mesenquimais benignas (2%, n = 145), outros tumores (1%, n= 118), mesenquimais malignas (1%, n = 118) e epiteliais malignas (<1%, n = 72).
No total, 95% dos tumores registados eram benignos - considerando o histiocitoma (89%), os tumores epiteliais benignos (4%) e os mesenquimais benignos (4%), tendo sido o histiocitoma o mais frequentemente detetado (n = 8.465), seguido do papiloma (n = 167).
O histiocitoma é um tumor frequente em cães jovens, de etiologia desconhecida, que afeta a pele e o tecido subcutâneo. Provém das células dendríticas, criando uma tumoração alopécica de crescimento rápido e aspeto fungoso, com 1 cm de diâmetro em média, que pode surgir em qualquer parte do corpo e cuja remissão costuma ser espontânea2.
As neoplasias malignas mais frequentes são as da linha hematopoiética (2%), seguidas das de origem mesenquimatosa (1%), sendo os mastocitomas (n = 159) e o sarcoma de tecido mole (n = 75) os mais relevantes.
A suplementação alimentar em cachorros é vital para a prevenção de doenças, incluindo as neoplasias.