Incontinência urinária: prevalência em cadelas com esterilização
Entre los fatores de predisposição da incontinência urinária em cães encontramos a obesidade e a esterilização nas cadelas. Se a incontinência estiver relacionada com a castração esta poderá ser temporária, já que o cão aprende novamente a controlar os seus músculos urinários durante o processo de recuperação.
A incontinência é mais comum nos cães de idade média e idosos, e nas raças de maior porte. Estima-se que a incidência deste problema em cadelas que foram submetidas a esterilização seja de entre 5 a 20%, comparado com 1% das fêmeas não esterilizadas. A média de idade em que o problema surge é de 4 anos, com mais de 70% dos casos desenvolvidos aos 5 anos de idade.
Síntomas: Entre os sintomas da incontinência urinária encontram-se perdas de urina e pelagem molhada na parte inferior do abdómen ou entre as patas traseiras, infeções do sistema urinário e inflamação da pele em redor dos genitais.
Papel de esterilização nas fêmeas
Com o objetivo de avaliar a prevalência de incontinência urinária em fêmeas esterilizadas levou-se a cabo um estudo1 retrospectivo no ano de 2013 no qual se recolheram 566 casos de cadelas que sofreram ovariohisterectomia. Adicionalmente, categorizaram-se as cadelas afetadas segundo a idade no momento da ovariohisterectomia, pelo número de ninhadas anteriores à ovariohisterectomia, pelo peso corporal, pelo tratamento dos animais afetados e pela gravidade da incontinência.
Fez-se circular um questionário de avaliação que averiguou o grau de incontinência, os exames diagnósticos, o tratamento e o historial.
Verificou-se que a prevalência de incontinência urinária adquirida era de 5,12%, não existindo diferenças significativas da idade no momento da ovariohisterectomia, entre os grupos incontinentes e o de animais saudáveis.
Por outro lado, existia uma relação substancial entre o peso corporal e a incontinência, observando-se taxas de incontinência mais elevadas entre as cadelas de maior peso, as quais apresentavam cerca de 7 vezes mais probabilidades de desenvolver incontinência urinária adquirida, quando comparadas com as cadelas mais pequenas.
Abordagem diagnóstica e terapêutica para a incontinência urinária
Um método proposto para chegar ao diagnóstico da incontinência urinária é a resposta ao tratamento, mas a ausência de resposta ao mesmo não exclui a confirmação do diagnóstico em 30% dos casos e, além disso, alguns dos casos requerem um ajuste da dose nas 4 semanas posteriores ao início da terapia.
A fenilpropanolamina consegue alcançar o controlo da micção estimulando os alfa-recetores adrenérgicos na uretra e aumentando o tom da uretra, conseguindo benefícios em cerca de 70% dos casos. No entanto, a maior parte da bibliografia disponível faz referência ao seu uso simultâneo em fêmeas esterilizadas e não esterilizadas, com uma eficácia variável. Em relação ao seu uso nos machos, as referências são escassas.