Protetores para as almofadas das patas dos cães. Quando são necessários?
Anatomia e importância das almofadas
No interior da almofada plantar encontramos células adiposas, o que proporciona um isolamento de temperaturas extremas e um amortecimento no final das extremidades. Nos cães, podemos distinguir almofadas digitais, carpianas (tarsianas) e metacarpianas (metatarsianas), que, em conjunto, estão em contacto com a superfície, proporcionando apoio ao animal.
Portanto, as almofadas plantares são importantes para a proteção contra as agressões presentes no solo e para a manutenção do apoio do animal.
Protetores para as almofadas plantares disponíveis no mercado: composição e tipos
A ausência de prevenção e cuidado das almofadas das patas dos cães causa alterações relevantes na saúde do animal. As lesões mais frequentes que podemos encontrar são: hiperqueratose, feridas (gretas, cortes e queimaduras) e corpos estranhos (como espigas), que podem evoluir para alterações muito mais graves, como coxeio, artrose, osteomielite ou infeções generalizadas.
Para a proteção das almofadas plantares, foram desenvolvidos diferentes produtos que as fortalecem e endurecem, tornando-as mais resistentes e evitando a sua alteração e desgaste. Podem encontrar-se em formato roll-on, em que se aplica o produto diretamente sobre a almofada limpa e seca; em formato de spray, que se pulveriza sobre a zona em questão; em creme, para aplicação direta sobre a almofada; e como cera antideslizante.
Alguns dos componentes destes produtos são o Aloe vera e a Centella asiática, utilizados para a regeneração e a cicatrização do tecido que compõe as almofadas.
Estes produtos hidratam a almofada plantar e protegem-na tanto dos diferentes tipos de piso como das temperaturas extremas, evitando a aderência de corpos estranhos e os solos escorregadios.
São necessários em que cães?
Vários fatores afetam o estado das almofadas das patas dos cães, como:
- Peso corporal: uma maior condição corporal produz um aumento do esforço mecânico das articulações do animal, provocando diferentes alterações, entre as quais se encontram as feridas nas almofadas das patas dos cães. É necessário saber o peso ideal que o animal deve ter, através de gráficos de avaliação corporal, para evitar a ocorrência destes problemas.
- Nível de atividade: o animal terá um maior ou menor desgaste das almofadas das patas dependendo dos seus interesses e do esforço que realize. Por exemplo, um galgo de corrida ou um cão pastor terão um nível de atividade superior ao de um Yorkshire que vive num piso de cidade. Os cães que precisam de uma atividade mais intensa requerem uma preparação prévia para endurecer a almofada através do exercício contínuo em diferentes superfícies. Após a realização deste processo, os produtos protetores das almofadas são utilizados como complementos.
- Estado geral: se o animal tiver outras patologias, estas podem afetar o estado das almofadas plantares, como por exemplo, dermatites generalizadas, doenças parasitárias como a leishmaniose canina ou infeções fúngicas como a Malassezia.
Dependendo destes fatores, poderá avaliar-se se é necessária a aplicação de protetores das almofadas das patas para o bem-estar do cão e com que frequência devem ser utilizadas. Recomenda-se a realização de percursos ou atividades que impliquem um esforço das almofadas plantares antes da realização do trabalho, para que haja um processo de adaptação por parte do animal.
Conclusão
O uso de protetores para almofadas plantares está indicado em cães com uma atividade elevada, tanto por trabalho como por lazer do dono, para prevenir e proteger de qualquer ferida nas almofadas das patas dos cães que essas atividades possam implicar. É uma parte importante do corpo que deve ser cuidada em todas as fases da vida do animal.
Bibliografia
1 Bragulla H, Budras KD, Mülling C, Reese S, König HE. Tegumento común (Integumentum commune). Em: Köng HE y Liebich HG. Anatomía de los animales domésticos. Tomo 2, ed Editorial Médica Panamericana. p. 325-345.