cinta-qiuzhi-viladot-zalabardo36_4.jpg cinta-qiuzhi-viladot-zalabardo36_4.jpg
  • Tempo de leitura: 1 mins

    Otohematoma em gatos: causas e possíveis tratamentos

    O otohematoma em gatos é uma patologia frequente, ainda que os pequenos felinos não sejam a espécie na qual se observa a maior prevalência. Esta patologia é um problema que se observa mais no cão.

    Descarregue GRÁTIS → Guia de fisiopatologia gastrointestinal do cão e do gato

    O otohematoma felino é uma patologia frequente, ainda que os gatos não sejam a espécie onde se observa a maior prevalência. Esta patologia é um problema que se observa mais frequentemente no cão.

    As causas do mesmo necessitam atualmente de ser mais investigadas, já que em estudos recentes o conhecimento da fisiopatologia do otohematoma foi evoluindo. A teoria atualmente aceite explica que o otohematoma no felino ocorre como resultado da aplicação de forças externas no pavilhão auricular com a consequente hemorragia Por exemplo, um gato que arranhe a orelha ao coçar-se devido a uma otite externa, ou um gato que exerça sacudidelas bruscas da cabeça, iriam originar forças externas sobre o pavilhão auricular que iriam causar um traumatismo com a consequente hemorragia e formação do otohematoma. Desta forma, o otohematoma irá desenvolver-se nos felinos que apresentam uma patologia subjacente que os obrigue a coçar-se ou a mover a cabeça de forma brusca. Como exemplo, temos a otite externa pruriginosa ou uma hipersensibilidade felina.

    No entanto, com recurso a estudos recentes, foram surgindo outras teorias que introduzem a imunidade no mecanismo fisiopatológico. Isto foi evidenciado num estudo1 que demonstrou que todos os gatos e cães analisados que apresentavam um otohematoma manifestavam Coombs positivo no soro e no fluido extraído do pavilhão auricular. Mesmo assim, o mecanismo imunológico que tem ação ainda não foi completamente explicado, pelo que o papel desse mecanismo ainda não foi aceite.

    Em relação ao tratamento, o primeiro que temos de ter em conta é que nos está a indicar que na maioria dos casos existe uma patologia subjacente. Assim, o primeiro passo será avaliar o animal para descartar patologias que sejam associadas ao otohematoma (patologias pruriginosas como otites externas, sobretudo micóticas, ou uma dermatite atópica).

    Posteriormente à avaliação do animal, o que temos de saber é que o otohematoma no gato é uma condição benigna, ainda que sem tratamento possa desenvolver-se uma retração auricular e uma fibrose da cartilagem auricular. Após o otohematoma ter sido tratado, a principal complicação é a sua possível reincidência. Existem tratamentos cirúrgicos e outros mais conservadores (farmacológicos e não-farmacológicos), ainda que seja prudente relembrar uma vez mais que o tratamento da causa subjacente é crucial para diminuir a reincidência do mesmo. Além disso, dada a importância do prurido na geração do otohematoma, conhecer as últimas novidades científicas sobre o pruridoserá essencial para uma correta abordagem e gestão desta patologia, bem como a importância de uma dieta adequada para o seu controlo e resolução.

    O tratamento do próprio otohematoma é baseado numa aproximação inicial conservadora com aspiração edrenagem do hematoma com agulha fina. Também se podem usar os corticoides, por via oral ou no interior da lesão, para o controlo do mesmo ao diminuir o prurito e facilitar a sua cicatrização.

    No caso de o otohematoma ser muito volumoso existem procedimentos cirúrgicos, sendo que a técnica mais comum é a incisão curvilínea em S com suturas escalonadas.

    Desta forma, e apesar de o otohematoma ser uma condición benigna, o seu tratamento é importante para evitar deformações do pavilhão auriculare constitui além disso um indicador de patologia subjacente que não devemos ignorar.

    1-KUWAHARA J. CANINE AND FELINE AURAL HEMATOMA: CLINICAL, EXPERIMENTAL, AND CLINICOPATHOLOGIC OBSERVATIONS. AM J VET RES 1986;47: 23008.

    Guia gastroenterite feline