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    Lepicortinolo (Prednisolona) para cães: interação com AINEs

    O Lepicortinolo (Prednisolona) para cães é um dos vários fármacos imunossupressores utilizados para o tratamento das doenças autoimunes (ou imunomediadas).

    Introdução

    Na verdade o tratamento efetuado com corticoides, dos quais a prednisolona é um exemplo, constitui a base da maioria dos planos de tratamento para estas doenças. No caso de algumas doenças, como por exemplo a anemia hemolítica autoimune, dão-se fenómenos tromboembólicos que ainda não se conseguem controlar totalmente com recurso aos corticoides. Por essa razão, tem-se investigado o uso de AINEs (anti-inflamatórios não esteroides), tais como a aspirina, em conjunto com os corticoides para lograr esse controlo.

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    A prednisolona (Lepicortinolo) é o metabólito ativo da prednisona. Possui um efeito glucocorticoide predominante, sendo que a sua atividade mineralocorticoide é muito baixa. É utilizada no tratamento de várias doenças imunomediadas (autoimunes), já que diminui a inflamação e a resposta imunológica. Porém, algumas complicações derivadas destas doenças, como as tromboses, não se conseguem controlar adequadamente com recurso a estes fármacos. Devido a isso, propôs-se a associação dos mesmos com aspirina, em doses muito reduzidas. Este é o caso da anemia hemolítica imunomediada. Apesar disso, e dada a possibilidade de aumento dos efeitos adversos (principalmente a nível gastrointestinal), é necessária a realização de estudos científicos para corroborar a sua segurança. Assim, realizou-se um estudo na Virgínia cujo objetivo foi o de avaliar os efeitos gastrointestinais da associação de corticoides (prednisolona) à aspirina, em doses baixas e aplicadas em cães saudáveis. O estudo foi levado a cabo em cães saudáveis porque as próprias doenças imunomediadas podem produzir efeitos gastrointestinais constituindo, assim, um fator que origina confusão.  

    Lepicortinolo para cães

    Foram escolhidos 18 cães (9 machos e 9 fêmeas) com uma idade média de 14 meses, aos quais foram realizados exames de exploração física, provas analíticas e tratamento anti-parasitário de prevenção, para garantir que se tratavam de animais saudáveis. O estudo dividiu os cães em três grupos: placebo, prednisolona e prednisolona com aspirina. A investigação foi dividida em duas etapas: Um período inicial de 10 dias durante os quais os cães eram observados a cada 8 horas, sem que lhes fosse administrado qualquer tratamento; depois, um segundo período com a duração de 27 dias durante os quais os cães recebiam o tratamento e eram observados a cada 8 horas para averiguar se apresentavam diarreia, hemorragia retal ou qualquer outro sintoma gastrointestinal. Além disso, 7 dias antes da administração dos fármacos e nos dias 5, 14 e 27 após o início da medicação, foi efetuada uma gastroduodenoscopia a todos os cães por forma a procurar lesões mucosas. Os resultados do estudo evidenciaram que nem as lesões gastroduodenais observadas através de endoscopia, nem os sintomas clínicos, eram diferentes entre os três grupos de animais.  Desta forma, concluiu-se que a prednisolona em doses de 2,2mg/kg/dia em conjunto com aspirina em doses baixas (0,5 mg/kg/dia) constitui uma estratégia segura por forma a garantir a sua administração durante pelo menos 27 dias. No entanto, são necessários mais estudos para averiguar a sua segurança numa utilização durante um período mais alargado de tempo. Ainda assim, as complicações derivadas, a longo prazo,1 dos AINEs e dos corticoides são bem conhecidas. Por esta razão, é essencial tentar utilizar doses mínimas de ambos os fármacos, e durante o menor tempo possível. Relacionadas com esta temática, foram estudadas diversas estratégias para diminuir a dose de corticoides nas doenças imunomediadas. Uma delas trata-se da dieta. Num estudo realizado em 25 cães com dermatite atópica, os animais foram divididos em dois grupos: um deles recebia tratamento com corticoides e uma dieta comercial de manutenção, e o outro grupo recebia tratamento com corticoides e uma dieta específica para cães com dermatite atópica (Advance Veterinary Diets Atopic Care). Observou-se que a dose de corticoides nos cães tratados com a dieta específica (Advance Veterinary Diets Atopic Care) era menor, devido ao facto de o controlo dos sintomas ser melhor. Por conseguinte, o uso da dieta constitui um fator a ter em conta por forma a diminuir a dose de corticoides, já que a sua utilização é bastante fácil.

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    Referência
    1. Goforth P, Gudas CJ. Effects of steroids on wound healing: a review of the literature. [Internet]. The Journal of foot surgery. U.S. National Library of Medicine; 1980