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    Leishmaniose em cães: sintomas

    A Leishmaniose é uma doença originada pela infeção induzida por um organismo protozoário, adquirida pela picada do mosquito Phlebotomus, e que afeta o organismo em vários dos seus órgãos e de forma grave. Por essa razão, o diagnóstico precoce da doença através da análise dos sintomas é deveras importante.

    A leishmaniose nos cães1 é uma doença importante devido a várias razões. A primeira delas é a sua prevalência. Dentro do ciclo biológico do parasita que causa a Leishmaniose (Leishmania infantum principalmente em Espanha) o cão é um dos seus principais hospedeiros. Além disso, trata-se de uma doença endémica em mais de 70 países, destacando-se a bacia mediterrânica, pelo que constitui uma doença comum nas visitas ao veterinário. Tal como nos explica o Dr. Cortadellas no caso clínico exposto na plataforma on-line de formação, nem todas as raças de cão possuem a mesma propensão e/ou predisposição para sofrer da doença: o Boxer, Rottweiler e Pastor Alemão são mais predispostas, enquanto que raças como o Galgo de Ibiza são mais resistentes à doença. Este facto pode estar relacionado com os mecanismos genéticos de adaptação que algumas raças originárias de zonas endémicas sofreram. Nem todos os cães que atuam como hospedeiros da doença irá desenvolver os sintomas e a doença. A Leishmaniose nos cães engloba um leque alargado que vai desde o portador da doença até à infeção multiorgânica, que acarreta um grande risco para a vida do animal. Isto está relacionado com o tipo de resposta imunitária que o organismo do cão põe em ação. O Dr. Cortadellas irá explicar-nos tudo isto no decorrer do desenvolvimento do seu caso clínico: os animais com resposta Th1 (celular) irão apresentar títulos de anticorpos baixos ou negativos, e não desenvolverão a doença, enquanto que os animais que apresentem uma resposta imunitária Th2 (humoral) irão manifestar níveis séricos elevados e apresentarão sintomas da doença. Mas, quais são os sintomas da Leishmaniose em cães?  

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      Dado que a doença pode afetar vários órgãos, os sintomas são variados e inespecíficos, pelo que a suspeita da doença adquire uma especial importância. Desta forma, agrupámos os sintomas de acordo com o órgão afetado, sabendo que o problema mais frequente da Leishmaniose é a nível cutâneo. A grande maioria dos casos possui afetação cutânea única. Um dos sintomas mais frequentes a nível cutâneo é a alopecia em redor dos olhos e das orelhas. O pêlo também se torna fino, seco e quebradiço. Por vezes também se observa uma dermatite ulcerosa ou uma dermatose exfoliativa (seja ela localizada ou generalizada), e nos casos em que a resposta imunitária produza uma vasculite associada, pode dar-se uma necrose da ponta das orelhas. Todos os sintomas e sinais previamente referidos costumam surgir acompanhados de uma afetação geral sob a forma de letargia, astenia, caquexia e por vezes febre, o que provoca que o dono se preocupe muitas vezes e leve o animal ao veterinário. Se a doença afetar outros órgãos, estes serão quase todos afetados, sendo raro que apenas um seja afetado (afetação neurológica isolada, por exemplo, apesar de existirem alguns destes casos2). Neste caso, a doença neste estado multiorgânico é denominada de Leishmaniose visceral, por forma a diferenciá-la da Leishmaniose de afetação cutânea exclusiva. Nesta fase, poderemos encontrar:

    • Sintomas renais: devido à glomerulonefrite poderemos observar hematúria. Além disso, a proteinúria isolada poderá constituir outra afetação coadjuvante.
    • Sintomas digestivos: colite que se manifesta sob a forma de diarreia com produtos patológicos.
    • Sintomas hematológicos: distensão abdominal por hepatoesplenomegalia e linfadenopatias.
    • Sintomas neurológicos: dificuldade em andar devido à afetação a nível do sistema nervoso central ou periférico.
    • Sintomas oculares: pode causar conjuntivite e afetar a córnea, pelo que o olho avermelhado será um sintoma predominante.

      Se deseja saber mais sobre o leque de sintomas, e sobre o diagnóstico e tratamento da Leishmaniose em cães, recomendamos-lhe o caso clínico da plataforma on-line de formação.

    1. Travi B, Cordeiro-da-Silva A, Dantas-Torres F, Miró G. Canine visceral leishmaniasis: Diagnosis and management of the reservoir living among us. PLOS Neglected Tropical Diseases. 2018; 12(1): e0006082.
    2. Hamid O, Hussein A, Sidig A, Yassein F, Aldar M, Hagnour K. Neurological manifestations of visceral leishmaniasis. Journal of the Neurological Sciences. 2013; 333: e718-e719.

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