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    Erliquiose canina. Estudo de agregação plaquetária

    A Ehrlichia canis é o agente etiológico da erliquiose monocítica canina (EMC), uma doença multissistémica grave e potencialmente fatal que infeta células mononucleares (monócitos e linfócitos). O seu principal vetor é o Rhipicephalus sanguineus ou carraça castanha do cão, que se encontra principalmente em zonas de clima tropical e nas estações quentes do clima mediterrâneo.

    Sintomas e etapas da erliquiose monocítica canina

    Normalmente, os sinais da fase aguda diminuem espontaneamente no prazo de 1-4 semanas. Geralmente, incluem febre, apatia, debilidade, sintomatologia respiratória, transtornos da coagulação sanguínea (petéquias e equimose nas membranas mucosas e na pele) e vasculite. Há evidências de trombocitopenia, leucopenia e anemia.

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    A fase subclínica pode durar meses ou anos; os cães que não conseguem eliminar o microrganismo nesta fase podem evoluir para a fase crónica da infeção. Nesta, o animal apresenta sinais clínicos recorrentes e anomalias hematológicas, como a pancitopenia, manifestada por palidez nas mucosas. O defeito na agregação plaquetária provoca diátese hemorrágica. Também pode ocorrer hematúria e melena causadas pela alteração na hemostase. A trombocitopenia grave da fase crónica causa hifemas, uveíte anterior ou descolamento exsudativo da retina.

    Para o diagnóstico da erliquiose canina, inclui-se as seguintes técnicas serológicas: imunofluorescência indireta (IFI) e ensaio imunoenzimático (ELISA).

    O teste de IFI a IgG anti-E. canis indica a exposição a Ehrlichia canis.

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    Várias investigações recentes fazem referência às anomalias hematológicas e bioquímicas para responder ao quadro clínico associado a esta doença.  A trombocitopenia é a descoberta mais comum nos cães com erliquiose monocítica canina, provocando um aumento do consumo de plaquetas, graças às alterações inflamatórias no endotélio dos vasos sanguíneos, um aumento no sequestro esplénico das plaquetas e uma lesão imunológica.

    Estudo sobre a agregação plaquetária na erliquiose canina aguda induzida de forma experimental

    O objetivo deste estudo foi determinar se ocorria disfunção plaquetária nos cães infetados de modo experimental com E. Canis. Foram selecionados 10 cães, dos quais 3 serviram de controlo e a 7 foi inoculada a doença por via intravenosa. Semanalmente, durante 112 dias, foi realizada a agregação plaquetária com colagénio/epinefrina e adenosina difosfato (ADP)/epinefrina.

    As amostras de soro obtidas antes da infeção e na etapa pós-infeciosa foram analisadas por incubação com plasma rico em plaquetas de um cão saudável. O grupo infetado experimentalmente mostrou uma redução na resposta de agregação plaquetária a colagénio/epinefrina e ADP/epinefrina nos dias 7, 14, 21, 28 e 35 (p >0,05). Foi observada trombocitopenia em todos os cães a partir do dia 7 (p <0,05).

    Comparando os resultados das amostras com os valores obtidos previamente (pré-infeção), detetou-se um aumento significativo de 45% no tempo médio de atraso de agregação plaquetária. Concluiu-se que a disfunção plaquetária pode ocorrer na fase aguda da erliquiose canina e pode ser um fator contributivo para o sangramento observado nesta doença.

     

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    BRANDÃO LP, HASEGAWA MY, HAGIWARA MK, KOHAYAGAWA. PLATELET AGGREGATION STUDIES IN ACUTE EXPERIMENTAL CANINE EHRLICHIOSIS. VET CLIN PATHOL. 2006 MAR;35(1):78-81.