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    Cancro no baço: prognóstico do linfoma esplénico em cães

    Existem dois tipos de linfoma em cães localizados no baço, sendo que ambos são de células B e apresentam um prognóstico mais favorável, bem como uma boa evolução após a extirpação do órgão.

    Existem dois tipos de linfoma em cães localizados no baço, sendo que ambos são de células B e apresentam um prognóstico mais favorável, bem como uma boa evolução após a extirpação do órgão. Geralmente, o linfoma é uma descoberta casual durante a avaliação efetuada ao animal devido a outros problemas (a maioria não manifesta sintomas associados) e o diagnóstico deste problema efetua-se através de histopatologia após a extirpação do baço por meio de esplenomegalia ou pela presença

    Guia GRATUITO → Guia de fisiopatologia gastrointestinal do cão e do gato parte  2.

    Por vezes, os linfomas esplénicos podem afetar adicionalmente os gânglios periféricos, ainda que não seja muito comum. Quando a doença não se localiza apenas no baço, o prognóstico é mais reservado.

    Os linfomas esplénicos de células T apresentam um prognóstico mais grave, com sobrevivência de algumas semanas ou escassos meses. Será essencial saber o inmunofenótipo (B ou T), dado que o prognóstico e o tratamento são diferentes.

    Linfoma esplénico

    Algumas massas esplénicas que são cancerígenas classificam-se como benignas. Nestes, estão incluídos o lipoma, o hemangioma e a plasmocitose.

    O tumor maligno mais comum no baço é o hemangiossarcoma (HSA). A sua causa é desconhecida. Este tumor pode disseminar-se para muitos órgãos.

    O  HSA também pode originar complicações como a interrupção do fluxo de coagulação que provoca uma mistura de formação anómala de coágulos, bem como a incapacidade de controlar a hemorragia interna. Em casos extremos, a perda repentina de sangue pode originar a morte súbita.

    Outro tipo comum de cancro esplénico maligno é o linfossarcoma, um tipo de cancro que pode apresentar um tumor primário em qualquer outro órgão (por exemplo, no pulmão, sistema gastrointestinal, fígado).

    Sinais

    Em muitos casos, um animal com doença esplénica apresenta poucos ou nenhuns sinais clínicos específicos.

    É habitual o inchaço do abdómen devido ao aumento do tamanho do baço. Se o baço avolumado exercer pressão sobre o estômago, pode ocorrer perda de apetite e vómitos. Outros sinais incluem letargia, febre, perda de peso, hemorragia petequial, anemia, diarreia, aumento da frequência de micção, desidratação, pulsação descoordenada, taquicardia, aumento da hemorragia no local da extração de sangue (devido à coagulopatia) e um maior tamanho dos gânglios linfáticos periféricos.

    Se o tumor crescer de forma acelerada, pode fazer com que o baço se abra de forma espontânea, com um colapso agudo e dificuldade para respirar, pondo em perigo a vida do animal.

    A gengiva pálida pode ser um sinal de anemia ou de choque que, em combinação com uma massa abdominal pode indicar uma ruptura ou torção esplénica. Este problema é evidenciado por meio de ultrassom antes da cirurgia.

    Diagnóstico

    Exames a realizar: exame físico, radiografias, análise de sangue, ultrassonografia (nem sempre distinguível entre hiperplasia e cancro), citologia e exploração cirúrgica.

    Será necessário realizar a histopatologia, o exame microscópico de secções de tecido especialmente preparadas e tingidas. O relatório histopatológico ajuda geralmente a indicar como será o prognóstico do cancro.

    Tratamento

    extirpação cirúrgica do baço, denominada esplenectomia, é o tratamento de eleição. No caso de um tumor maligno, não se cura a doença com esta intervenção, mas consegue-se desacelerar o processo.

    A quimioterapia é usada para induzir a remissão e prolongar a vida. Os animais de estimação submetidos a uma esplenoctomia, e que também recebem quimioterapia, podem sobreviver até 9 meses. Os cães e os gatos apresentam menos efeitos secundários do que as pessoas e a sua qualidade de vida é elevada se esta terapia for instaurada imediatamente após a cirurgia.

    Existem muitas vantagens e desvantagens no tratamento; assim, proceder ou não à aplicação da quimioterapia é geralmente uma decisão difícil para os donos. Será imprescindível saber qual a resposta de cada animal à quimioterapia e como a vai tolerar.

    Um bom indicador é a sua resposta inicial à quimioterapia. O tratamento sempre poderá ser tido em conta após decorrerem 1-2 semanas e, se o animal o aceita bem e se observa uma boa resposta, o dono poderá decidir se deseja continuar. Na maioria dos casos, é sempre benéfico tentar iniciar o tratamento de quimioterapia.

     

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