VT_Tematica_Medicina interna_detail.jpg VT_Tematica_Medicina interna_detail.jpg
  • Tempo de leitura: 5 mins

    Cachorro com fraqueza nas patas traseiras: pode ser cinomose?

    Muitos sintomas da cinomose são inespecíficos, sendo um deles o aparecimento de fraqueza nas patas traseiras do cachorro com cinomose. Trata-se de uma patologia viral grave, que produz vários sintomas. Dado que o prognóstico é bastante desfavorável, a prevenção por meio da vacina é muito importante.

    Descarregue GRÁTIS →  Clinical Report Articular da ADVANCE

    O que é a cinomose canina?

    É uma doença causada por um vírus RNA do género Morbillivirus, e que pertence à família Paramyxoviridae. É uma das doenças contagiosas mais comuns e letais para os cães. O contágio dá-se por contacto direto com animais infetados. O vírus multiplica-se inicialmente no tecido linfoide, e origina um estado de imunossupressão severo. Após isso, infeta o resto do organismo incluindo o sistema nervoso central provocando, entre outros problemas, fraqueza e debilidade nas patas traseiras do animal.  O período de incubação do vírus é de 14 a 18 dias. Existem diferentes estirpes com distintas virulências, e que originam quadros clínicos com várias evoluções e graus de severidade. Afeta predominantemente os cães jovens entre os 3 e os 6 meses de idade, ainda que se tenham registado casos em animais idosos, e quadros de encefalite crónica em animais adultos.  

    Cinomose canina: quadro clínico

    Entre os vários sintomas, descrevem-se a febre, conjuntivite, rinite, tosse, diarreia, vómitos, anorexia, desidratação, emagrecimento, secreções mucosas e purulentas, pneumonia (infeções bacterianas secundárias provocadas por Bordetella), hiperqueratose nas almofadinhas das patas, e impetigo. Em relação ao sistema nervoso central, o cão poderá apresentar sinais de encefalite com mioclonia, ataxia, doença de Whirling, hiperestesia, rigidez muscular, gritos, convulsões e cegueira. Por vezes, os sinais neurológicos podem surgir de forma retardada semanas ou meses após a recuperação de uma fase aguda de cinomose, ou após infeções subclínicas.

    Existem duas formas de encefalite crónica que afetam os cães adultos.

    • A encefalite multifocal caracteriza-se por falta de coordenação, debilidade nas patas traseiras do cão, défice de reflexos frente a ameaças, cabeça descaída para os lados, nistagmo, paralisia facial e tremores da cabeça sem mioclonia. Surge nos cães entre os 4 e os 8 anos de idade e apresenta uma progressão lenta, de cerca de um ano de duração. O quadro costuma evoluir até à paralisia. Clicando aqui poderá aceder a um teste para avaliar a mobilidade articular do cão.
    • A encefalite do cão idoso, situação pouco frequente, é observada em cães com idades superiores a 6 anos, e caracteriza-se por um défice visual e falta de reflexos face ao perigo, sendo que de forma progressiva surgem também sinais de depressão mental, mudanças de personalidade graves, doença de Whirling e incapacidade para sustentar o peso da cabeça.

    Cinomose canina: tratamento

    É baseado num tratamento de suporte, com terapia antibiótica de amplo espectro, complexos vitamínicos, terapia de fluidos e nutrição forçada. Não existe um tratamento que permita eliminar o vírus após a doença se ter manifestado. A prevenção reside na vacinação a partir das 6-8 semanas, e uma re-vacinação nas 3-4 semanas seguintes, bem como uma vez por ano. Se o cão já estiver infetado pela doença, a vacina não irá surtir qualquer efeito.  

    Prognóstico

    O prognóstico é reservado, especialmente quando existem sinais neurológicos associados, que indicam um estado avançado da doença. A mortalidade ronda os 50-90%, em função da virulência da estirpe. Os animais que sobrevivem à doença costumam apresentar transtornos de comportamento provocados pelo dano infringido ao sistema nervoso. Para mais informações clique em: Cinomose canina

    New call-to-action