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    Análises veterinárias: diagnosticam a linfangiectasia intestinal?

    A linfangiectasia intestinal (LI) em cães é uma enteropatia com perda de proteínas. Caracteriza-se pela dilatação patológica dos vasos linfáticos da mucosa e submucosa do sistema intestinal. Um diagnóstico atempado e precoce irá possibilitar a aplicação prévia de medidas terapêuticas, quer farmacológicas quer nutricionais, para minimizar esta doença que conduz a um enfraquecimento progressivo devido a uma má nutrição proteica.

    Sinais clínicos da Linfangiectasia Intestinal

    Quando um cão com diarreia crónica recorre pela primeira vez a uma consulta veterinária, os sinais clínicos observados com mais frequência incluem anorexia, letargia e vómitos, com a consequente perda de peso. Durante o exame de exploração física, o médico veterinário irá observar igualmente desidratação, ascite e um reflexo doloroso na palpação do abdómen. Conseguir identificar qual o tipo de enterite que está a afetar o cão é essencial para administrar o tratamento mais adequado. Dado que estes sinais são comuns a outras patologias, conhecer os resultados de análises próprias da LI irá ajudar a discernir a doença.  

    Análises veterinárias na Linfangiectasia Intestinal

    No estudo da Dra. Kull, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia (1), realizado a partir de 17 casos estudados entre 1996 e 1998, analisaram-se os resultados de diversos exames com o objetivo de determinar quais poderiam ser utilizados com funções de diagnóstico para LI em cães:

    •  As análises sanguíneas evidenciaram descobertas importantes, como hipoalbuminemia e concentrações baixas de cálcio. Este exame inclui contagens celulares em 14 dos 17 cães, e análises bioquímicas em 13 dos animais.

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    Os resultados mais frequentemente obtidos foram linfocitopenia, hipoglobulinemia, hipocolesterolemia, hipoalbuminemia  e aumentos moderados na atividade da Alanina Aminotransferase (ALT), da Fosfatase Alcalina (ALP) e do Aspartato Transaminase (AST).

    • A ecografia abdominal (efetuada em 12 dos cães) evidenciou anormalidades intestinais em 8 dos pacientes, enquanto que em 7 deles revelou derrame peritoneal.
    • Em 16 dos animais, realizou-se igualmente uma laparotomia exploratória, sendo que se encontraram anomalias em 9 deles: intestino delgado engrossado, vasos linfáticos dilatados, linfadenopatia e aderências.
    • Um exame histológico revelou sinais de inflamação em 15 dos 17 cães, ectasia das criptas intestinais em 5 e lipogranulomas em 2 deles.

    Conclusões do estudo

    Os resultados do estudo mostraram que a linfangiectasia intestinal nos cães é uma doença muito heterogénea, pois não evidencia sinais específicos que permitam diagnosticá-la por meio de um único perfil patológico. Nos casos leves e moderados não é usual encontrar uma diminuição substancial na concentração de proteínas, bem como uma hipocolesterolemia ou linfocitopenia severas. No entanto, tudo aponta que a gravidade da hipoalbuminemia se relaciona com a gravidade da LI.

    Por outro lado, a ultrassonografia demonstra doença intestinal, mas não representa sinais suficientemente específicos para distinguir a LI. Com a falta de exames específicos menos invasivos, a avaliação histológica será sempre necessária para confirmar o diagnóstico de linfangiectasia intestinal.

    1. Kull PA, et ál. Clinical, clinicopatholigic, radiographic, and ultrasonographic characteristics of intestinal lymphangiectasia in dogs: 17 cases (1996-1998)

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