Veterinário procura trabalho VS emprego veterinário
Além disso, quando se pretende preencher uma vaga de trabalho veterinário os requisitos são imprecisos, e nem sempre é possível cumpri-los ou demonstrá-los. É sabido que este problema é uma realidade não só para quem procura emprego veterinário, mas também para as clínicas que o oferecem. Se se efetuar uma comparação entre as ofertas laborais no setor veterinário dos animais de estimação e a taxa de procura de emprego dos licenciados, podemos vislumbrar semelhanças surpreendentes e discrepâncias muito difíceis de resolver. Entre as semelhanças, contam-se as atitudes não curriculares; no campo das discrepâncias, o principal fator é a experiência. Analisemos os requisitos mais frequentes nas ofertas de emprego veterinário.
Experiência prévia
Um requisito grandemente sublinhado na maioria das ofertas laborais que surgem nas bolsas de trabalho veterinário é «a experiência será valorizada»; esta afirmação, por si só, reflete que aquilo que se procura no profissional não está bem definido, e que o candidato deverá enviar o seu curriculum vitae para “ver o que acontece”. Se o posto de trabalho a ser preenchido pelo licenciado em Veterinária fosse mais explicitado e bem definido, seria mais fácil, também, saber se realmente requer experiência ou não, quanta experiência e baseada em quê: consultas, cirurgias, gatos, laboratório, etc.
Da parte do candidato, e se encontrar um anúncio no qual se solicita expressamente uma experiência mínima, será um erro enviar o currículo se não possuir a referida experiência. O problema reside no facto de, quando se é recém licenciado e não se possui experiência (e surgem anúncios que afirmam «a experiência será valorizada»), torna-se difícil encaixar no mercado de trabalho atual. Por outro lado, o próprio mercado de trabalho tem dificuldades em encontrar essa experiência: por onde se poderá começar a mudar esta situação? A verdade é que a única via possível para resolver este problema é criar postos de trabalho exclusivamente para recém licenciados sem experiência prévia, e instaurar um bom plano interno de formação profissional.
Atitudes não curriculares
A par da indefinição do posto de trabalho a ser preenchido, também as atitudes não curriculares suscitam algumas dúvidas: relação com o cliente, trabalho de equipa, vontade de aprender, etc. Estes itens também se podem encontrar referidos no fim de cada currículo recebido. Salvo algumas exceções, demonstrar estas capacidades num currículo ou numa entrevista de trabalho é uma tarefa difícil. Certificados de cursos realizados, experiência prévia ou cartas de recomendação que atestem estes requisitos podem ser uma grande ajuda para a entidade empregadora.
Contratações imediatas
É um termo impreciso e, na oferta de trabalho, deverá indicar-se para quando está prevista a incorporação na clínica. Além disso, também se deverá informar a data até à qual se irão receber currículos.
E a entrevista de trabalho?
Outro ponto crítico neste setor, e em muitos outros, são habitualmente as entrevistas de trabalho, que por vezes se resumem a uma leitura em voz alta do currículo enviado pelo candidato. Se elaborámos claramente a descrição do posto de trabalho, se os candidatos enviam currículos que se adequam à oferta e se não conseguimos realizar uma boa entrevista de trabalho (do ponto de vista do empregador e do candidato), será a sorte a ditar se a pessoa escolhida irá encaixar nas funções do posto de trabalho ou não.
Enviar "pelo sim pelo não"
A tudo o que já referimos, é necessário acrescentar que por vezes se recebem currículos que, apesar de se saber que não cumprem os requisitos exigidos na oferta, ainda assim são enviados "pelo sim pelo não". Esta falta de critério no envio de currículos pode originar um aumento considerável do número de currículos recebidos.