Queda de pelo em gatos: qual pode ser a causa?
A queda de pelo em gatos pode ser causada por diferentes fatores. O mais habitual é que se deva à mudança de pelo natural, mas, em alguns casos, existe um problema patológico subjacente que pode basear-se em stresse, alergias, determinadas doenças ou a ação de alguns medicamentos.
A mudança de pelo em gatos
A maioria dos gatos passa por um processo natural de mudança em que perde uma grande quantidade de pelo. Nos gatos domésticos, que estão menos expostos às variações de temperatura, o processo da mudança fisiológica pode ser mais ligeiro, ao passo que nos gatos que vivem em liberdade e nos de pelagem longa e espessa, a mudança é mais notória.
As mudanças de pelo ocorrem durante a primavera, quando se aproxima o bom tempo. Nesta altura, os gatos desfazem-se do pelo em excesso para se manterem mais frescos durante o verão. No outono, acontece o contrário: desfazem-se desse pelo para desenvolver uma pelagem mais grossa que os proteja das temperaturas baixas do inverno, tal como comprovado por um estudo de Hendriks et al.1.
Queda de pelo em gatos por causas patológicas e outras condições
1. Stresse
A alopecia psicogénica causa 10% dos casos de queda de pelo em gatos, segundo um estudo de Waisglass S.E. et al.2, e em 14% dos casos coexistem causas psicogénicas e médicas. Por os gatos serem muito sensíveis às mudanças que ocorrem no seu ambiente, são particularmente propensos ao stresse.
Os ruídos ambientais sistemáticos, a chegada de outro animal a casa, um recém-nascido ou uma mudança de casa são os fatores mais comuns de stresse em gatos. Um ambiente pobre em estímulos também pode causar stresse felino, sobretudo se o animal ficar sozinho em casa durante muitas horas do dia. Nestes casos, o comportamento de lambedura compulsiva ou grooming excessivo como resposta ao stresse é o que acaba por afetar a pele e provocar a perda de pelo.
2. Alergias
Muitas alergias provocam sintomas cutâneos nos gatos. As alergias alimentares, por exemplo, podem causar alopecias localizadas. A dermatite por hipersensibilidade felina, causada por uma reação de hipersensibilidade a antigénios que se encontram no ambiente do gato, como o pólen ou os ácaros do pó, também pode provocar a perda de pelo.
3. Dieta inadequada
Dado que o pelo é formado fundamentalmente por proteínas, se a dieta for inadequada por não aportar uma quantidade suficiente de proteínas ou estas forem de baixa qualidade, o pelo ficará opaco e quebradiço. Por outro lado, uma dieta rica em proteínas de alta qualidade, como a ADVANCE Sensitive Sterilized, que contém os aminoácidos essenciais que cobrem as necessidades do gato, contribuirá para um pelo mais forte e brilhante. Além disso, deve-se ter em conta que alguns gatos esterilizados não toleram bem determinados alimentos, que poderão estar a provocar essa perda de pelo.
4. Parasitas e outros agentes infeciosos
As pulgas e os ácaros são um problema relativamente frequente nos gatos que costuma causar prurido. Quando o gato se coça ou lambe a pele insistentemente para aliviar a comichão, é normal que perca pelo nas zonas mais danificadas. A dermatofitose é outra infeção comum nos gatos que é acompanhada de alopecia areata e pelos quebrados. Embora existam vários fungos, aproximadamente 90% dos casos nos gatos são causados por Microsporum canis. Nestes casos, a perda de pelo costuma verificar-se no focinho, orelhas e patas.
5. Outras doenças
Embora seja menos comum, a queda de pelo em gatos também pode ser causada por outras condições, como por exemplo problemas de circulação que afetam o fluxo sanguíneo para o folículo piloso ou problemas hormonais, sobretudo quando envolvem desequilíbrios de estrogénio, testosterona, melatonina, hormona do crescimento, tiroxina e/ou cortisol.
Algumas doenças também são acompanhadas por queda de pelo, como a insuficiência renal, a anemia crónica, a doença inflamatória intestinal, alguns tipos de cancro e a insuficiência hepática. Alguns medicamentos também podem fazer com que os gatos percam pelo, como os esteroides e os medicamentos tópicos para as pulgas, tal como comprovado por um estudo de Credille K. M. et al.3.