VT_Tematica_Medicina felina_detail.jpeg.jpg VT_Tematica_Medicina felina_detail.jpeg.jpg
  • Tempo de leitura: 1 mins

    Linfoma em gatos: características da ressonância magnética

    Os linfócitos são um tipo de leucócito ou glóbulo branco pertencentes àquilo que conhecemos como o sistema imunitário. São o tipo mais pequeno de leucócito e representam aproximadamente 30% do total. Os linfócitos iniciam a sua diferenciação nas células hematopoiéticas da medula óssea e completam-na em órgãos linfoides, como o baço, o timo, os gânglios linfáticos ou a própria medula óssea.

    Tipos de linfoma em gatos

    Acredita-se que a elevada incidência de linfomas em gatos está relacionada com o alto índice de gatos infetados pelos vírus da leucemia e da imunodeficiência felinas (FeLV e FIV, respetivamente).

    A apresentação clínica e os sintomas presentes num linfoma, assim como o seu prognóstico e o seu tratamento, dependem em grande parte da localização tumoral. De uma forma geral, os linfomas distinguem-se anatomicamente em linfoma mediastínico (timo), linfoma gastrointestinal (focal ou difuso) e extranodal (quando afeta zonas diferentes do mediastino ou do trato gastrointestinal, por exemplo no sistema nervoso central, rins ou pele).

    No linfoma do sistema nervoso central, tanto a medula espinal como o cérebro podem ser afetados. Um tipo particularmente frequente é o linfoma epidural em gatos FeLV positivos. O linfoma cerebral pode provocar convulsões, cegueira, andar em círculos, hiperestesia ou agressividade. No linfoma espinal, a paralisia posterior bilateral é o sintoma mais frequente.

    Guia GRATUITO → Guia de fisiopatologia gastrointestinal do cão e do gato parte  2.

    Utilização da ressonância magnética como método de diagnóstico

    Atualmente, dispomos de múltiplos métodos de diagnóstico para nos ajudarem a conseguir diagnosticar com certeza um linfoma. Para além da recolha de uma história do animal o mais completa possível e da realização de um exame físico exaustivo, o protocolo deve incluir exames de rotina ao alcance de qualquer clínico, como hemograma e bioquímica sanguínea, urianálise, teste de FeLV/FIV e exames imagiológicos, como radiografias ou ecografias, para localizar o tumor.

    No caso dos linfomas localizados no sistema nervoso central, estes exames imagiológicos não conseguem proporcionar informações suficientes, por isso devemos recorrer a equipamentos imagiológicos que nos ofereçam mais detalhes, como a ressonância magnética ou a tomografia axial computorizada (TAC). Felizmente, há uma oferta cada vez maior deste tipo de exames no campo da veterinária, tornando-os mais simples de realizar e mais económicos para os proprietários.

    Neste estudo descreveram-se as características encontradas nas imagens de ressonância magnética realizadas a oito cães e quatro gatos com linfoma no sistema nervoso central. As lesões afetavam as estruturas rostrotentoriais em seis cães e as caudotentoriais em dois gatos. Nos restantes dois cães e dois gatos, as lesões afetavam a medula espinal. Um cão e um gato, além da lesão intracraniana, apresentavam sinais de extensão extracraniana e linfoadenopatia. Estas lesões foram descritas como extraparenquimatosas em quatro cães e três gatos, intraparenquimatosas em dois cães e um gato e extra- e intraparenquimatosas em dois cães.

    Descarregue GRÁTIS → Guia de fisiopatologia gastrointestinal do cão e do gato

    Relativamente à sua intensidade nas imagens, podemos resumir as características dos linfomas do estudo da seguinte forma:

    Comparativamente à matéria branca:

    • Todas as lesões eram hiperintensas em T2
    • Sete em doze eram hipointensas em T1
    • Cinco em nove eram hiperintensas em imagens FLAIR

    Comparativamente à matéria cinzenta:

    • Em T2:
    • Cinco em doze eram isointensas
    • Sete em doze eram hiperintensas
       
    • Em T1:
    • Seis em doze eram hipointensas
       
    • Em imagens FLAIR:
    • Sete em nove eram isointensas

    Quanto às margens das lesões, dez em doze eram indistinguíveis em imagens T2 e nas imagens FLAIR, e sete em nove tinham intensidade perilesional. A maioria das lesões (dez em doze) apresentava meninges anormais em torno da lesão e metade tinha um aumento generalizado do contraste.

    Concluindo, quando combinada com uma história clínica adequada do doente, a ressonância magnética pode ser muito útil na localização de um linfoma para poder confirmar o seu diagnóstico por citologia e histopatologia.

    AFF - TOFU - Guía GI Parte2 - POST